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Banhos: porquê, quando e como?

Muitos donos deparam-se com a pergunta: “será que devo dar banho ao meu cão?” A resposta é logicamente afirmativa quando um cão se rebola em algo “indesejável” (desde lama até dejectos) ficando o seu pêlo impregrando. Por outro lado, “um cão que raramente se suja “de forma extrema”, precisa de ter uma rotina de banhos?” Antes de responder a esta pergunta é importante realçar que todos os cães têm cheiro corporal (uns mais do que os outros) e que este se manifesta especialmente quando se molha o pêlo do animal, pois a humidade favorece a emanação do cheiro e, por essa razão, nota-se mais. Assim, a limpeza periódica contribui para evitar que o cão ganhe um odor exagerado. Para além disso, semelhante ao que acontece nas pessoas, também os bons hábitos de higiene irão fazer com que o seu cão se sinta mais confortável e isso ir-se-á traduzir na sua aparência, comportamento e bem-estar geral.

Desde sempre se ouviu dizer que dar banho aos cães com frequência e fazer a sua higiene rotineiramente é prejudicial ao seu pêlo e que até lhe pode conferir um odor mais acentuado ou uma degradação da saúde da pele e do pêlo. Actualmente, considera-se este facto um mito e muitos veterinários aconselham e defendem o banho como rotina e tratamento único ou complementar de patologias dermatológicas.

A frequência de banhos está relacionada com o modo de vida, actividades diárias e mesmo época do ano em que estamos. No inverno, geralmente os cães passam mais tempo dentro de casa, não realizam tantas atividades ao ar livre, não há tanto pó no ar, passando assim mais tempo limpos. No verão, as idas à praia – após as quais é imperativa a passagem do cão por água doce ou mesmo a realização de banho completo –, o pó e sujidade que existem em maior quantidade no ar potenciam a acumulação de detritos e surgimento de caspa, havendo maior necessidade de incluir o banho na rotina dos nossos amigos para manter a pele e pêlo saudáveis.

E os cachorros?

Durante os primeiros meses de vida, salvo por recomendação estrita do médico veterinário assistente, deve-se evitar dar banho aos cachorros, pelo menos até estar completo o seu programa de vacinação. O ideal é recorrer aos toalhetes húmidos ou champô seco, não esquecendo a escovagem regular.

Os banhos podem ser classificados em dois tipos, de acordo com o seu objectivo final. Os banhos estéticos têm como objectivo a remoção de sujidade e podem ser realizados, no máximo, com um intervalo de 7 dias para os cães de pêlo longo. No caso dos cães de pêlo curto, esse período deverá ser alargado para os 15 dias. Os banhos terapêuticos (indicados por profissionais) são realizados como tratamento único ou complementar de uma dermatopatia, tendo por vezes indicação para ser realizado a cada 2 dias para optimização de resultados, sendo que alguns animais podem precisar de tal tratamento como controle de patologias durante bastante tempo.

Banho convencional

O seu cão precisa já de um banho? Então antes de começar veja se sabe como fazê-lo de forma adequada:

Champôs

Os champôs a utilizar deverão ser adequados ao tipo e pêlo do cão, uma vez que há uma diversidade marcante, havendo cães de pêlo curto, médio ou longo em termos de comprimentos e cerdoso, liso ou ondulado, podendo ser utlizados até os específicos para a coloração. Personalizar o champô ao tipo de pelo é bastante importante uma vez que existem necessidades muito variáveis, por exemplo o pêlo longo necessita de uma maior hidratação quando comparado com o pêlo curto.

Nota: Não deve recorrer ao uso de champôs indicados para pessoas ou mesmo crianças uma vez que o pH e características da pele não são de todo semelhantes às dos cães, podendo por isso serem prejudiciais à saúde do seu animal.

Temperatura da água

A temperatura da água deverá ser tépida, nem muito quente nem muito fria.

Segurança

É recomendável colocar uma toalha ou base antiderrapante no fundo da banheira com o objectivo de evitar que o cão escorregue e se sinta desconfortável.

Não se esqueça de proteger o canal auditivo através da aplicação de bolas de algodão para evitar a entrada de água durante o banho – isto é um factor predisponente ao surgimento de otites.

Secagem

Durante os meses quentes do ano a secagem deve ser apenas com recurso a toalhas para retirar o excesso de água, nos meses mais frios pode-se utilizar o secador mas evitando sempre a proximidade com a pele do cão e a temperatura muito elevada.

Banho seco

Já ouviu falar em banho seco? Está indicado para a higiene dos cães quando o banho convencional não é oportuno como em dias frios ou no caso de se tratar de cachorros.

Este banho consiste na aplicação de um produto que não necessita de enxaguamento com secagem rápida, que limpa, perfuma, amacia e hidrata a pele e pelagem.

Bons banhos!

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